quarta-feira, 15 de setembro de 2010

HAJA LUZ!




    O verbo é o início, o meio e a continuidade de tudo. É o motor vivo e o espírito da História humana e por sê-lo semioticamente dinâmico e dialético, única força movedora e removedora das coisas e formadoras e transformadoras das formas e idéias, ele é o deus e o demônio intrínseco às estruturas culturais criadas pelos milênios de anos afora pelos homens e, volátil feito uma mola, é ele a ferramenta primaz e única capaz de retroceder ou retroceder os sistemas econômicos, políticos, culturaís, estéticos, religiosos e jurídicos de toda e qualquer forma de ordem criada pelo próprio homem. É o verbo, pois, muito mais assustador e perigoso que as construções técnicas conquistadas pelo homem porque nele se encerram todas as coisas e dele pode nascer todas as outras. Na gênesis, é o verbo o princípio motriz e matriz criadora de todas as coisas, e o verbo estava com Deus e Deus era o verbo: eis que no íntimo do próprio verbo está Deus, com todas as suas forças e possibilidades oceânicas e que tal força e poder fora, fantasmagoricamente, transportado ou incorporado aos homens, conforme a força e o caráter de cada espírito sobre a terra. "E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas. E disse Deus: "HAJA luz. E HOUVE luz". É portanto, o Espírito de Deus movendo o Verbo que faz com que as coisas tomem idéias e as idéias tomem formas e as formas tomem vida. É, pois, então, o Espírito do Homem intimidado com o Verbo e os verbos, plenamente liberto das ideias, formas e vida que os homens menores constróem com a mera finalidade para que poucos sejam aqueles que façam parte da grande ceia do progresso histórico e da revolução dos benefícios das técnicas e da estética que faz com que os horizontes sejam revistos com a plenitude da lógica e da coerência mais humana e humanamente possível, fazendo com que novos horizontes possam se abrir sobre o lodaçal da História que há milênios vem sendo feita pelos que manipulam o verbo construíndo sistemas simbólicos mesquinhos e perversos, hipócritas e falsos, simplesmente como que para atender apenas e exclusivamente a vaidade e ao ego dos que, bio-psico-organicamente estão muito mais presos às forças do mal do que do bem. Cabe ao poeta, então, esse ser que transcende aos entes, âs formas, ideias, símbolos, arquétipos e instituições para revelar, a todos, o VERBO NÚ, capaz de fazer surgir novamente a luz e afastar as trevas, como fora no princípio, com Deus, pois o verbo é muito mais o que pré-diz, pós-diz, ante-diz e trans-diz.

Guina


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