o féretro é do poeta, um louco varrido
que ainda ontem, ainda um morto-vivo
fazia do beijo a sua desesperada sina
e pelos beijos ardentes vivia perdido...
morreu de súbito aceso e escrevendo
arrancando a paixão das suas vísceras
e dando ao mundo sua cruz reluzente
que carregava como se fosse um canto
em vida disse ser tudo mera tormenta
uma cadência de ilusoẽs e sofrimentos
e via no beijo profundo a melhor saída
esse é o corpo morto do poeta risonho
que morto parece estar rindo de tudo
e no riso vive seu mais novo enigma.
Guina
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